A androginia pode ser confundida com hermafroditismo. No entanto, eles são conceitos diferentes, já que este consiste na presença de genitália, interna e externa, ambígua; e aquele se refere a pessoas do sexo masculino e feminino que possuem características físicas que fazem com que se apresentem semelhantes ao sexo oposto.
Assim, muitos andróginos se aproveitam desse diferencial para reforçar essa característica, utilizando roupas, acessórios, corte de cabelo, maquiagem e comportamentos duais, ou que caracterizam o outro sexo; aumentando ainda mais a dificuldade em defini-los pelo gênero, tendo apenas como parâmetro a aparência física.
Por se tratar de um comportamento não muito convencional, muitos artistas se utilizam dessa ideia; e pelo mesmo motivo, algumas pessoas julgam que andróginos são, invariavelmente, homoafetivos, o que não é verdade. Na moda, esse tema é bastante explorado, não sendo raro vermos desfiles com mulheres de rosto angular com cabelo curto e terno, e homens de traços mais delicados, cabelos longos e lápis nos olhos. Além disso, pessoas insatisfeitas com a estereotipia dos papéis sexuais podem recorrer à androginia como forma de protesto.
Para quem pensa que a androginia é uma onda contemporânea, tal ideia está errada. Basta nos remetermos às esculturas da Grécia Antiga, figuras clássicas de Da Vinci e à obra “O Banquete”, de Platão, que registra a existência de três tipos de homens: os machos, fêmeas e andróginos (que seriam um único indivíduo com as características destes dois); sendo estes castigados por Zeus e sentenciados à irreversível separação física, tornando-se indivíduos fragmentados.
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